sábado, 24 de julho de 2010

De longe

por Wagner Hilário

A distância diminui o homem,
empobrece detalhes,
defeitos, qualidades.

À distância, tece-se belos planos,
tem-se um belo plano
de bonecos se movimentando.

A distância não o deixa tocar
nem saber o que é, de perto.
Decerto, não o deixa sentir.

À distância, não se vê nos olhos,
não se vive, só se supõe... Então
se ponha a marchar a distância

antes que todos sumam
no horizonte.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Vida Amarela

por Wagner Hilário

Na via havia carros velozes
blindados de pressa.
A negligência rota e suja
atravessava com sua prole
sob a passarela.
Uma borboleta amarela
também cruzava a via.
Desafiava o pó e os escapamentos.
Escapava viva... Por Deus.