segunda-feira, 8 de junho de 2009

Árido alarido

por Wagner Hilário

Verões cinzas
rasgam as tardes de dezembro

Meu cérebro inchado
de um trabalho em vão
pede folga ao céu
como um velho homem
esturricado e à beira da morte
pede água a um cacto
impassível e solitário
na tristeza do sertão

Pior que a inércia
é correr pro lado errado
dar a volta no mundo
cheio de esperança
e encontrar a mina de ouro
já sem o seu bocado

Carvalhos não adiantam
diante do fardo...
ou arruma a astúcia
que Deus soltou no vento
ou morrerá na penúria
sem nenhum alento

Quem me garante a vida
a não ser o tempo
Preciso ver entre os segundos,
mergulhar nos meus sonhos
e despertá-los concreto

Amanhã pode ser nuvem e
sem otimismo chulo
cabe a cada homem
garimpar seu sucesso

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