segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Depois de Ceci

/por Wagner Hilário/

Ceci sorri
só ri, até quando chora.
É céu, é meu o sorriso...
...de Ceci.
Nem bem nasceu
nem bem a vi
já me esqueci como era
a vida
antes do riso... de Ceci.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Acaso

/por Diego Carvalho/

Olhos em chamas de frente ao por do sol, calmos e em brasas causam certa confusão, atentos e estáticos com a postura de um farol, desenham areias infinitas nos seus grãos, e a retina emaranhada rasteja pelo horizonte procurando fugir da desilusão.

O “sim” esperado, a mão estendida, ecoou sons de “não” com fim de despedida fechando a guarda do peito que com pressa procurou ar para não estar tão vazio. Olhou para os lados, esquerdo e direito, se sentiu perdida na porta de casa, sentou na calçada num dia de finados em pleno mês de abril.

Fez a maquiagem e pro espelho mentiu, vestido e decote em dia de frio, deu a mão ao acaso e procurou o destino que nunca se apresenta mais de uma vez. Achou a noite com cara de sorte, debochou da vida e sorriu, e esquecendo que o destino é a morte, abraçou o céu e dormiu.

***
Diego Carvalho escreveu o livro Quebra-Cabeças em Peças de Vida, estuda sistemas de informação, trabalha na área de programação e suporte de banco de dados, "adora projetos de animação" e dá aulas de jiu-jitsu e muay thai. É frequentador deste "sítio" há mais de dois anos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O choro feliz d'alma

/por Wagner Hilário/

Saudade é a felicidade que passou,
cristalizada na memória;
felicidade dum tipo que não volta
que se desprendeu do tempo-espaço
e ficou só, n’alma.

Saudade é a felicidade
com os olhos cheios de lágrima.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sol-palavra

/por Wagner Hilário/

Meu filho
Tem um amor azul nos olhos
O sorriso que sonhei
Meu astro... rei
Palavras
Palavras não bastam, sei
Sei que me ilumina, Sol
Que quando me diz “pai”
Me entrega sonoro arrebol

terça-feira, 15 de março de 2011

O pecador sou o outro

/por Wagner Hilário/

Me olho no umbigo, me calo
O silêncio é meu advogado
Olho do lado, me salvo
O deslize do outro é o bode
Que expia meus pecados


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Soma

/por Diego Carvalho/

Já reparou quão bela é a noite cheia de estrelas prateadas entrepostas no céu?

Ainda me pego procurando-as em teu cabelo e nele fico perdido. Mesmo de
longe ou ainda que de perto, sempre com receio que você perceba, eu encho meus
copos com esperança e espero que você os beba nem que seja só por provar. É
a chance que tenho de me aproximar, poder sentir teu cheiro e a tua pele,
olhar nos teus olhos e te enxergar. Olhos vastos que me confrontam como
palmos de terra castanha, vivos, completos, e eu tão vazio ainda não sei como
te mergulhar... como em você me apoiar sem fazer com que se canse.

Teus traços fortes, tais como a correnteza de um rio, quase me fazem render
por completo a guarda, e palavras me fogem do alcance. Deve ser seu mistério,
o fato de eu me perder em teu sorriso, de me pegar olhando para tua boca e não
saber realmente o que mais me atrai.

Já reparou como é linda quando sorri? É como uma dessas estrelas cadentes
que deixa qualquer um estarrecido achando que viu algo único. E quando seu
sorriso esbarra em mim... já reparou em uma estrela cadente? É exatamente
assim.

Sua voz fica sempre ao meu norte e guia meus passos até traços de lã. Você por
toda parte se espalha. Te procuro ao leste a noite e te acho a oeste de manhã.
Flores se abrem e, como uma malha, aquecem o frio aos poucos. Eu acho que é sua
presença sem nem mesmo você estar por perto e não estou louco. Ainda não!

Diego Carvalho escreveu o livro, Quebra-Cabeças em Peças de Vida, estuda sistemas de informação, trabalha na área de programação e suporte de banco de dados, "adora projetos de animação" e dá aulas de jiu-jitsu e muay thai. É frequentador desse "sítio" desde o ano passado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Retorno

/por Wagner Hilário/

Saudad’ocê,
doce, como só você

Saudad’os seus olhos
horizontes
desfazendo as nuvens
d’hoje
pousando o voo
que ainda nem decolou

Saudad’ocê
pois já tem tempo
meus olhos não veem
o seu sorriso...

Saudad’isso