por Wagner Hilário
Seu nome é Paulo, mas para os senhores de terno, gravata, cabelo lambido e palavras empoladas ele é joãozinho. Ele não sabe disso. Nem a gente importante sabe. É como o chamam no íntimo na hora em que dão pela presença dele. Isso porque joãozinho, minúsculo como é diante da grandeza dos nobres, é quase sempre ninguém. Só se lembram dele quando algo não funciona, quando o microfone não pega, quando um toró denuncia o serviço porco que fizeram no teto, quando a projeção pifa, quando a privada entope, deixando exposta a prova de que todos são joãozinho.
Um comentário:
Mais uma prova de que os geralmente ignorados e considerados insignificantes são a peça essencial para o funcionamento deste mecanismo estúpido e incoerente chamado sociedade. (Compartilho de sua simpatia pelos esquecidos, pelos que ninguém se preocupa em chamar pelo nome, mas que apesar de tudo, "vão fazendo telhados", como diria Oswald).
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