quarta-feira, 11 de março de 2009

Cordas de cores

por Wagner Hilário

Uma manhã solta no vento
traz cordas de aço
harmônicas
como num toque clássico

Atido à letra entendo
que o cancioneiro é bravo
faz de uma canção brega
um belo espetáculo

Nina neném com cólica
e põe a mamãe cansada
num plácido leito de fadas

Mesmo a velha senhora
com bico de papagaio
ergue-se no tom da nota
e não reclama do fardo

De fato, numa canção
antes do bom arranjo
do palavreado, vale o coração

Ou, ainda

numa manhã cinza e fria
sem horizontes
cabe a vossa pupila
colocar as cores

Muito obrigado!

Um comentário:

Érico Marin disse...

Sem palavras! Parabéns. Encontrei no ritmo do teu poema o dedilhar das cordas das cores. Belas imagens. Fico feliz de saber que continua escrevendo e torço para que não pare. Desculpa a demora em me manifestar e continue expressando sua sensibilidade e dando forma ao que somente se sugere e é dado a poucos identificar.