sexta-feira, 6 de março de 2009

Espelho das águas

por Wagner Hilário

A poesia
ainda me dá mais prazer
O verso
é como um lance da sorte
se arroja e
num facho de luz
germina
epidemia de sensações
risos e lágrimas

É como um corte
de navalha
no céu
rasga o véu azul
no ponto vital
jorra ao léu
um delicado arco-íris

O poeta
sabe tocar o infinito
descarta
aeronaves modernas
se posta
num canto rústico da terra
e, à beira de uma laguna
beija o universo
no espelho das águas

Um comentário:

Anônimo disse...

concordo ... o poeta em sua extrema economia põe óculos em nossa leitura viciada e míope ... somos tomados por uma fruição que ultrapassa os limites do papel ... obrigada! consegui me enxergar um pouco em seu espelho ... bj, Kelly.