quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pomo

por César Magalhães Borges

A inocência será
a meta final
da civilização

Setas arremessadas
a um alvo
cada vez maior:
tudo será alvo
para que se acerte

amor
sem a previsão de
lucro

lucro
que não cave
a desvalia
e distribua
a cada um
o bem

o bem-estar
sedimentado
após a saturação
do mal

bem constante
seguindo a cadência
candura
e sabor
da eternidade

as diferenças contempladas
pela beleza,
curiosidade,
inteligência,
respeito,
carinho
e generosidade:
terra sem fronteiras

E quem chamar
a tudo isso
de utopia,
será acusado
de falta de inocência
e condenado a cumprir pena
no jardim da infância
e das delícias
até ter brincado
em todos os brinquedos,
rodas
e cantigas

a humanidade adulta
perseguindo a perfeição
da inocência absoluta

círculo que se completa:
sangue que corre
pelo cordão umbilical:
rebentos da mais pura vida.

Esse poema foi extraído do livro Folhas Soltas (poesia incidental), uma edição independente de 2006 e o quarto livro de poemas de César Magalhães Borges, que também produz obras de literatura infantil e transita, com muita propriedade, no universo das crônicas, contos, roteiros para teatro e canções. Vale observar que o blog não permite dispor os versos como o autor os concebeu, mas creio que sua essência está registrada aqui.

Um comentário:

Unknown disse...

Gostaria de me corresponder com o
César M.Borges, o poeta que farpou os arames com as próprias mãos.
Muito Obrigado
josé florindo coneglian
joseflorindo@uol.com.br